terça-feira, 24 de maio de 2011

Meu conceito sobre Preconceito

Eu sinceramente não compreendo as pessoas preconceituosas...
Sendo assim, tentando não me igualar a elas, busquei não ter preconceito até mesmo com esse grupo de indivíduos.
Até que tive um certo sucesso com esse meu experimento (no ínicio) pois mantenho relações com amigos que não gostam de homossexuais, por exemplo, mas que não se mostram extremistas. Porém, com o convívio, encontrei algo nelas que me incomoda muito: a ARROGÃNCIA.
O preconceito é baseado na arrogância, pois o único motivo para alguém te criticar (sem ser uma crítica construtiva) é por se achar superior.
Mas o que realmente me confunde mais é essa visão linear, porém distorcida, destas pessoas.
Quando questionadas, elas dizem que apoiam a democracia, mas que acham errado existir uma casal homossexual que possa adotar um filho.
Julgam que os bolivianos no Brasil são invasores, ladrões de emprego e inferiores, mostrando uma ideologia xenofóbica, mas criticando os norte-americanos que fazem a mesma coisa com brasileiros não legalizados nos EUA.
Existem aqueles que negam o preconceito mas satirizam e se incomodam com sotaques diferenciados ou com pessoas que não sabem utilizar a norma culta (isso também é preconceito, preconceito linguístico).
Se alguém chegar para uma mulher heterossexual e dizer que ela jamais poderá ter filhos e que não conseguirá adotar uma criança (por motivos sociais, economicos, de habitação, etc) essas pessoas se emocionarão com a dor dela (assim como qualquer pessoa).
Se essa mesma constatação for dada a um casal Gay, eles serão criticados por simplismente tentarem completar sua vida com um filho...
O motivo dessa diferença? Eu até conheço, mas discordo e não entendo.
Nos dois casos eu vejo amor e em todas as situaçãoes preconceituosas noto contradição.
Sim, é verdade, eu defendo a contradição, mas no sentido de transformação de idéias, na enovação que alguém se sujeita internamente, desde que não entre em conflito com a felicidade dos outros.
Os racistas não se dizem racistas
Os fanáticos religiosos não se dizem fanáticos
Os xenofóbicos não se dizem xenofóbicos
Os preconceituosos se veem livres de preconceito
Todos os citados se veem como pessoas puras (alguns até tentam impor sua "pureza" a outros que não a querem  nem a necessitam.
Ninguém é bom, pois atualmente essa visão é relativa e depende do subjetivo de cada um, todos possuem preconceito e no meu caso, eu descobri que...
Tenho preconceito com quem tem preconceito.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Artigo sobre: José Saramago

Visão presente de um passado aparentemente não tão distante

É fundamental entender a importância das obras de Saramago que demonstraram uma visão pioneira da história literária, pois nelas encontram-se temas que caracterizam muito do passado da literatura brasileira.
O próprio José Saramago vivenciou um momento histórico: foi o primeiro escritor em língua portuguesa a receber o prêmio Nobel de literatura em 1998 graças ao reconhecimento mundial que conquistou com seu romance Memorial do convento.
 A obra tematiza algo diretamente relacionado com o Brasil e sua ligação com Portugal: o reinado de D.João IV (época em que se via a forte influência do Barroco) e buscava mostrar a relação desarmonioza entre o saber científico e a fé acompanhada pelo misticismo (nota-se ai um certo resgate dos autos de fé e moralizantes do humanismo português).
Outra obra muito interessante de Saramago é O ano da morte de Ricardo Reis que é um dos heteronimos de Fernando Pessoa (o último, já que os outros  foram "assassinados" por ele antes de sua morte), onde o tema é a história desse heteronimo incluindo seu encontro com o fantasma do próprio escritor modernista. 
Saramago ainda consegue passar pelas vanguardas modernistas (no caso a ser citado, o futurismo) na obra O ano de 1993 que foi escrita em 1975, criando alegorias, que remetem novamente ao humanismo português (exemplo, são as obras de Gil Vicente onde seus personagens também são baseados em alegorias), para tematizar problemas reais da sociedade contemporânea.
Saramago revolucionou ao escrever suas obras no presente com temas do passado, além de sua forma de pontuação muito peculiar, onde o leitor se ve obrigado a ler de uma forma rápida, com todas as idéias encadeadas fluindo pelo texto, sua genialidade não é comparada a nenhum outro escritor, portanto além de pioneiro, ele se mostra único em sua arte.